O VÔO DO COLIBRI 
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Edi de Mendonça Filho
Corretor de Imóveis

     
      O colibri voou pelos estacionamentos de nossa querida Capital e triste constatou a presença cada vez  mais forte dos famigerados flanelinhas.

  Aqueles que a despeito da ilegalidade e da imoralidade, continuam cada vez mais fortes, abusados, irreverentes e ameaçadores, extorquindo dinheiro dos pobres motoristas que por necessidade de trabalho tem que andar de carro em nossa capital e portanto precisam estacionar seus veículos nos diversos logradouros de nossa Cidade.

 Se o motorista for então do sexo feminino, aí sim, é que os abusos chegam as raias da imoralidade. 

Só a permissão de nossas autoridades, aquelas que nos deviam proteger, já é ilegal e imoral. A extorsão direta, aberta e pública praticada por tais elementos que se julgam os donos da rua, já se faz condenável, imagine-se se a isto juntarmos a permissividade de  nossas autoridades. 

Muitas vezes a extorsão se dá em presença do guarda de transito ou até mesmo do policial militar, que nada faz. 

Quando o elemento é menor de idade o policial alega nada poder fazer (estatuto da criança e do adolescente), quando maior, nada faz pois se levar o elemento para a Delegacia, no máximo, na manhã seguinte o mesmo estará de volta às ruas, ainda mais revoltado. 

Estamos abandonados à própria sorte.

O que fazer? 

Somos reféns de desocupados que depredam nossos veículos, nos humilham e ofendem diuturnamente, sem que nenhuma providência seja tomada. 

Vejo como uma transferência que a autoridade pública  faz de suas obrigações para o Cidadão. O poder público é que tem a obrigação de gerar emprego e renda, como não consegue (não importa o motivo), transfere a responsabilidade do sustento desta atividade dita informal, porem ilegal e imoral, para o cidadão. 

Será que o poder constituído não percebe que o cidadão já não suporta tal encargo?

 Será que o poder público a despeito do preparo que deveria ter, se faz ingênuo a ponto de pensar e agir como se somente os milionários tivessem carros e estacionassem nas ruas de nossa Capital. 

Ë possível não se atentar que vendedores, cobradores, corretores de imóveis e outros profissionais que tem em seu veículo a principal ferramenta de seu trabalho, não podem suportar, com seu parco ganho, nem o salário dos flanelinhas, nem os prejuízos em seus veículos por eles causados? 

Se pegarmos como exemplo, a nós, corretores de imóveis, e dermos a cada pedido, R$0,50 (cinqüenta centavos) – que nenhum flanelinha quer aceitar mais -  em cada parada que dermos, seguramente distribuiremos por dia algo em torno de R$ 5,00 (cinco reais), o que daria mensalmente R$ 100,00 (cem reais), isto se não considerarmos o sábado, o domingo e o feriado. 

Quando licenciamos anualmente nossos veículos pagamos, com muito sacrifício, taxas relativas ao tráfego dos mesmos na via pública e seu direito a parar e estacionar.

 Porem, por culpa do poder constituído que não está fazendo seu papel, nem de prover a população de emprego e nem de defender o cidadão contra estes abusos, somos vítimas e reféns de todo tipo de desmando e ameaças vinda dos tais flanelinhas, que com sua arrogância se proclamam donos da rua. 

Somente devemos nos lembrar que só existe quem pede porque existe quem dá. Se todos deixássemos de pagar aos flanelinhas, estes não iriam, todos os dias a seus locais de extorsão, somente para depredar nossos veículos e se o fizessem, teríamos então o direito a proteção do Estado. 

O que se vê hoje, cada vez mais, maiores de idade, de físico avantajado, malhado muitas vezes, dedicando-se a tal tipo de extorsão, pois é mais fácil ameaçar-se alguém para obter-se dinheiro do que trabalhar, como nós que somos obrigados a mantê-los, muitas vezes 12 horas ou mais por dia. Protestem.   

11.05.2004

Fonte: Informativo "O Corretor" - n° 6 - Fevereiro/Março/2004

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