TRISTE   FIM   DA   REPÚBLICA

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Sandra Mara Devincenzi da Silveira da Silva

Bacharel em Estudos Sociais e Ciências Sociais pela Universidade da Região da Campanha – URCamp, Campus Bagé, RS
Atualmente cursando o 7º semestre do curso de Direito – URCamp, Campus Alegrete, RS
             Socióloga – Registro DRT/RS  nº. 271/84
             Professora das disciplinas de História, Geografia e Sociologia

 

 

            Estamos estupefatos. Ou não? Afinal, as pesquisas eleitorais promovidas por idôneos institutos a pedido de igualmente sérias organizações, trazem resultados que desmentem os argumentos de que a sociedade brasileira condena os escândalos governamentais que vêm se registrando desde o mês de maio de 2005.

Alguns cientistas políticos afirmam que o fenômeno se dá em razão de que não se podem vincular as ações levianas e indecentes que envolveram inúmeros políticos, com a pessoa do presidente da república. Entende-se esse pensamento como temerário, lamentável. Todo o líder, todo o chefe, direta ou indiretamente, é responsável pelos atos de seus dirigidos. O escudo de que não sabia, não via e não ouvia, é frágil demais ou se traduz por incompetência e leviandade absoluta. Ainda mais em se tratando de administração pública.

Tristemente observa-se que a sociedade brasileira não percebe para onde está sendo levada. A ignorância das camadas populares, as quais, por contingência de vida, não conseguem decodificar a tela que está sendo veiculada pela força do poder econômico, indica que se está abastardado quando se deveria  reagir à tirania da corrupção que tomou de assalto as instituições nacionais.

Maquiavel dizia que “governar é fazer acreditar”. Inclusive no inexistente. O pensador está repleto de seguidores neste país Brasil.

As instituições nacionais começam a ser vítimas de ataques físicos violentos, porque as privadas há muito já sofrem invasões e, invariavelmente,  o desmando e a inércia das autoridades.

Eles estão se aproximando e não estamos fazendo nada. Já nem se escondem, pisoteiam nosso patrimônio, impõem tributos cada vez mais pesados, e continuamos calados. Estamos com medo. E o medo emudece. E quando a voz é arrancada, já não se pode fazer mais nada.

Jorge Amado disse, em certa oportunidade, “que as ditaduras de esquerda são piores, pois contra as de direita pode-se lutar de peito aberto. Quem o fizer contra as das esquerdas acaba acusado de reacionário, vendido, traidor”.

O voto nulo que tem sido apregoado será silêncio sem resultado, mas a continuarem as cretinices que tomaram conta do cenário político-administrativo do país, serão milhares dentro das urnas de outubro.

Caminhando em outro viés, vemos os aposentados com seus  minguados salários reajustados apenas em cinco por cento. Percentual mais significativo apenas para os que percebem um único salário mínimo. A continuar assim, em breve vão receber apenas um salário ao final do mês. Esses brasileiros contribuíram durante trinta e cinco anos sobre uma quantidade “x” de salários para, na idade madura, continuarem mantendo o mesmo nível e até suportar as agruras que  a idade avançada traz. Agora estão sendo surrupiados, a despeito de a Constituição Federal ser taxativa que “a lei não prejudicará o direito adquirido...”.

Enquanto isso, os ditos movimentos sociais saqueiam, destroem, incendeiam, e não pagam a conta, mal respondendo a algum inquérito policial. Aliás, as despesas provocadas pelas safadezas de tantos têm sido cobradas apenas dos cidadãos justos, honestos, trabalhadores, cumpridores dos deveres tributários. O ressarcimento, quando existe, sempre é aquém ao que foi subtraído.

Sustenta-se, também, o fel da bandidagem que nos desapossa de bens móveis e imóveis, mas  pior do que nos tirar patrimônio é  nos arrancar os afetos, violentamente, legando a tortura da dor da perda até o momento da morte. Enquanto isso, em nome do respeito à lei que o Estado deve manter, os delinqüentes se banqueteiam às nossas custas e ainda exigem que sejam respeitados em sua integridade. O Estado não pode, certamente, agir como o bandido, mas também não pode ficar à mercê das exigências de quem só criou o conflito e a desordem.

O país Brasil gosta de olhar para Cuba e fazer observações de como a pequena ilha é socializada. Poderia adotar os métodos de tratamento impostos aos infratores daquele país. Afinal, se Fidel pode...

            

19.06.2006

Fonte: Remetido por e-mail

 

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