A angústia do povo paraense

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HAROLDO burlE

Tenho dito, há alguns anos, que a criminalidade cresceria com o desarmamento da população.

E a criminalidade cresceu não só em quantidade, mas em crueldade também.

A alegação do governo Lula era de que a segurança deveria ser deixada por conta da polícia.

Sinceramente, você acha que a polícia deu conta do recado? Você se sente mais seguro agora? Não é que a polícia seja incompetente, muito pelo contrário. Eles são verdadeiros heróis. Arriscam diariamente suas vidas, pois combatem marginais perigosos e armados. O problema é apenas um: a polícia não é onipresente. Se a polícia não sabe onde e quando o bandido vai agir, como pode proteger a população?

Antigamente, quem atirava em bandido era logo inocentado por legítima defesa. Hoje, vai preso imediatamente. O bandido é levado para o hospital, passa pouco tempo na cadeia e logo volta para se vingar de quem atirou nele, ou na sua família.

Não é uma inversão de valores? O bandido é que passou a ser protegido pelo Estado. Outra coisa que não entendo é quando um bandido desses é preso. Ao se puxar sua ficha criminal, constata-se que ele já tem passagem pela polícia por homicídio, assalto, tráfico etc. E eu me pergunto: como é que um sujeito desses está solto? Será que o Judiciário está  fazendo corretamente a sua parte?

Quando um bandido é surpreendido em um assalto, faz um refém, pede um colete à prova de balas, a presença da imprensa e do Ministério Público (chic, né?) e sai protegido pela própria polícia. Dentro de pouco tempo ele estará nas ruas, “atuando” novamente. E ninguém trata de reparar o trauma com que ficam os reféns. Há muitas organizações que tratam dos direitos dos bandidos, mas não conheço nenhuma que trate dos direitos dos reféns traumatizados, que são em muito maior número do que os bandidos.

Todo cidadão brasileiro continua a ter direito à legítima defesa. A diferença agora é que ele tem que se defender com uma baladeira diante de um bandido armado com arma de fogo. Quem leva a melhor?

E agora o tráfico se aperfeiçoou. Antigamente era só cocaína e maconha. Agora, em setenta e um municípios, já se trafica o devastador “crack”, sem que estes municípios possam contar com apoio do governo federal nem estadual para combater este câncer social. Mas não foi o governo que prometeu segurança?

A verdade é que uma minoria armada abusa e humilha a maioria desarmada e indefesa. E pasmem: o governo vai fazer uma nova campanha de desarmamento em 2011. Só se for para desarmar os bandidos, pois são os únicos que andam armados.

Inteligente é a Suíça. Lá, quando um homem casa, recebe um rifle do governo para proteger sua família. Seria por acaso que a Suíça tem um dos menores índices de criminalidade do mundo? Nos Estados Unidos, é sagrado o direito do cidadão ter sua arma.

No Brasil, o governo fez leis duríssimas para quem for pego portando armas de fogo. Mas com os bandidos o governo é bonzinho. Nossas fronteiras são escancaradas e desprotegidas, e o tráfico de armas corre livre e solto. As armas, é claro, vão parar nas mãos dos bandidos.  

No campo, a coisa não é diferente e acredito que seja ainda pior. Eu tinha um sítio em Santa Bárbara que fui obrigado a abandonar. Os vizinhos da esquerda, da direita e da frente foram assaltados. Fui embora antes que o pior acontecesse. Os veranistas de vez em quando recebem a notícia de que suas casas foram arrombadas e depenadas. Isto sem falar nos fazendeiros que têm suas plantações destruídas, seus empregados assassinados, seu gado roubado ou mulheres e crianças violentadas.

Mas experimente reagir para ver o que lhe acontece. E ainda vai aparecer uma ONG sei lá de onde para reclamar os direitos dos bandidos.

Nossa juventude, e principalmente os adolescentes, está sendo corrompida com a promessa de dinheiro fácil. Muitos estão largando a escola para se dedicar exclusivamente ao crime.

Quando fui assaltado, um garoto me levou R$ 300,00. Se ele conseguiu fazer mais alguns assaltos, pode ter chegado à casa dos R$ 500,00, ou seja, o que muito trabalhador leva um mês para ganhar, este jovem deve ter “ganho” em apenas algumas horas. Não é um grande negócio? 

População apavorada e intimidada e polícia ameaçada por adolescentes. Esta é a triste realidade de Belém. Acredito que se os legisladores não forem sensíveis em rever a lei do desarmamento, situações como a do Rio de Janeiro se tornarão rotina em nosso Brasil. E a última informação que chega: Pará e Rio de Janeiro foram considerados, em pesquisa nacional, os estados mais violentos do Brasil. Seria uma boa idéia a PM paraense ir logo encomendando seus caveirões, porque do jeito que as coisas vão...

Só nos resta pedir que Deus e a Virgem nos protejam.

23.12..2010 

Fonte: Publicado no jornal "O Liberal" -  20.12.2010 
haroldoburle@hotmail.com

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