ALERTA AOS MILITARES DO BRASIL

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Walter da Silva Monteiro
Tenente Coronel R-1 do Exército  7G 1520440-0

                              

   Sem pretender incentivar indisciplina ou revolta gostaria de  dirigir-me aos militares  do  Brasil, particularmente   aos   inativos  e   pensionistas,  e  alertá-los  para  um  problema   que  estamos enfrentando no Congresso Nacional  que pode resultar em graves prejuízos 
para todos  nós  que  estamos na inatividade.

O Presidente Fernando Henrique Cardoso encaminhou ao Congresso  uma Proposta de Emenda Constitucional  (PEC)  de  n.°  136/1999,  em  que   propõe a  desvinculação dos  militares inativos dos  da ativa, com o objetivo de conceder a estes aumentos salariais e outras  vantagem sem dar àqueles os mesmos direitos.

Essa PEC também propõe que os  militares inativos  e  seus  dependentes  percam  os  direitos  a assistência  médica  e   odontológica  proporcionadas   pelos   Serviços  de  Saúde  das   Forças Armadas e Forças Auxiliares e passem a ser assistidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que como sabemos não tem estrutura, nem recursos para assistir, sequer, os atuais beneficiários.

Imaginem o que acontecerá,  quando a estes se juntarem um contingente de mais de oito  milhões
de pessoas que são os militares da reserva,  os reformados,  os pensionistas e seus  dependentes,
além dos inativos das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros de todo Brasil.

Não achamos justas essas medidas, pois elas vão de encontro aos nossos direitos, direitos  estes
 previstos em nossa Constituição e conquistados a  custa  de  trabalho  dedicado  e  diuturno,  de 
sacrifício e muitas vezes com o risco da própria vida.

A alegação do Sr. Presidente da República é o equilíbrio da Contas Públicas,  esquecendo-se de
que este desequilíbrio não se deve aos parcos salários desses inativos e pensionista, e sim, ao mal
gerenciamento  dos  recursos  públicos  e  sobretudo  à  corrupção  que  campeia  vergonhosa  e
desenfreadamente em quase todos os níveis da administração pública.

Esse desequilíbrio  se  deve  às  obras  faturadas,  pagas  e  não  acabadas,  algumas  vezes  nem
começadas;  aos superfaturamentos;  à  falsificações de  documentos  e  notas  fiscais  frias;   aos
rombos que são cobertos com o  nosso dinheiro como  aconteceu  nos Bancos,  na  SUDAM  e
na SUDENE, só para lembrar de alguns exemplos.

Vivemos diariamente a presenciar  festivais e festivais  de  corrupções,  enquanto  o  povo  passa 
fome;  mora em  palafitas  ou  em  baixo  dos  elevados,  morre  por  falta  de  assistência médica 
primária;  vive preso nos seus  lares,  com  medo  da  violência  e  assiste  impotente a um  poder
paralelo,  custeado pelo narcotráfico que ousadamente  desafia  o  Estado de Direito,   levando a
 todos nós o medo, o pavor e a certeza de que a qualquer momento  poderemos  ser  a  próxima
vítima.

O Sr. Presidente da República deveria perceber que o  seu gesto é injusto e desumano, uma  vez 
que  tira  o  direito  daqueles  que  se  dedicaram   inteiramente  aos  seus  deveres  profissionais, 
trabalhando 24 horas por dia, sem direito à horas extras, muitas vezes deixando a família à  parte
para cumprir normas, treinamentos e instruções militares,  além das prontidões nos quartéis, onde
se preparam os militares  para o  cumprimento de quaisquer missões,  por  mais  espinhosas  que
sejam, sendo necessário apenas o chamamento da Pátria.

Precisamos nos unir, companheiros, dentro da Ordem e da Lei  em  defesa  dos  nossos  direitos.
Estamos  fundando  uma   associação  e   quem   quiser  dela   participar  pode  contatar  com  o 
TC Coronel Walter Monteiro, através dos telefones (91) xxx 224-8406 e 9144-7219. 

Tenho     esse 
    PROJETO     DE       EMENDA     CONSTITUCIONAL      para    distribuir    com      os
companheiros, além de outras informações importantes para todos nós. 

Quero lembrar aos companheiros que hoje se encontram  na ativa que amanhã estarão na reserva,
ou seja, estarão na inatividade, amargurando conosco essas injustiças. 
   
                                                  Belém, PA,  12 de agosto de 2002. 

                       

12.08.2002 

Fonte: Jornal O Liberal - Edição de 

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